De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte
Outros que contem
Passo por passo
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço
- Meu tempo é quando
(1950)
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Soneto Da Hora Final
Serás assim, amiga; um certo dia
Estando nós a contemplar o poente
Sentiremos no rosto, de repente
O beijo leva de uma aragem fria
Tu me olharás silenciosamente
E eu te olharei também com nostalgia
E partiremos, tantos de poesia
Para a porta de trevas aberta em frente
Ao transpor as frontreiras do sagrado
Eu, calmo, te direi; - Não tenhas medo
E tu, tranqüila, me dirás; - sê forte
E como dois antigos namorados
Noturnalmente triste e enlaçados
Nós entraremos nos jardins da morte
(1960)
Estando nós a contemplar o poente
Sentiremos no rosto, de repente
O beijo leva de uma aragem fria
Tu me olharás silenciosamente
E eu te olharei também com nostalgia
E partiremos, tantos de poesia
Para a porta de trevas aberta em frente
Ao transpor as frontreiras do sagrado
Eu, calmo, te direi; - Não tenhas medo
E tu, tranqüila, me dirás; - sê forte
E como dois antigos namorados
Noturnalmente triste e enlaçados
Nós entraremos nos jardins da morte
(1960)
Soneto À Lua
Por que tens, por que tens olhos escuros
E mãos lânguidas, loucas e sem fim
Quem és, quem és tu, não eu, e estas em mim
Impuro, como o bem que está nos puros?
Que paixão fez-te os lábios tão maduros
Num rosto como o teu criança assim
Quem te criou tão boa para o ruim
E tão fatal para os meus versos duros?
Fugaz, com que direito tens-me presa
A alma que por ti soluça nua
Não és Tatiana e nem Tereza
E és tão pouco mulher que anda na rua
Vagabunda, patética, indefesa
Ó minha branca e pequena lua!
E mãos lânguidas, loucas e sem fim
Quem és, quem és tu, não eu, e estas em mim
Impuro, como o bem que está nos puros?
Que paixão fez-te os lábios tão maduros
Num rosto como o teu criança assim
Quem te criou tão boa para o ruim
E tão fatal para os meus versos duros?
Fugaz, com que direito tens-me presa
A alma que por ti soluça nua
Não és Tatiana e nem Tereza
E és tão pouco mulher que anda na rua
Vagabunda, patética, indefesa
Ó minha branca e pequena lua!
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