domingo, 13 de abril de 2008

Soneto 92 de Shakespeare

Faz teu pior pra mim te afastares,
Enquanto eu viva tú és sempre meu,
Não há mais vida se tú não ficares,
Pois ela vive desse amor que é teu.

Por que hei de temer grande tração
Se tem fim minha vida com a menor;
De vida abençoada eu sou, então,
Por não estar preso ao teu cruel humor.

Tua mente inconstante não me afeta,
Minha vida é ligada á tua sorte;
Como é feliz o fato que decreta

Que sou feliz no amor, feliz na morte!
Porém que graça escapa de temer?
Podes ser falso e eu sequer saberei.

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